A propósito do Dia Europeu da Doação e Transplantação de Órgãos que se celebra no próximo dia 10 de outubro em lisboa, foi criada uma campanha de sensibilização e de alerta público que contou com a participação de alguns embaixadores que tinham uma história a partilhar sobre o tema. Entre eles, o Zé Pedro dos Xutos e Pontapés, que nos contou como sobreviveu a um tumor no fígado e Celeste Rodrigues, irmã de Amália Rodrigues, que salvou a irmã mais nova Maria Odete Rodrigues.
Em 2010 o Zé Pedro descobriu que tinha um tumor no fígado e passou para as listas prioritárias de transplante. Sempre foi otimista mas confessa que os últimos 15 dias antes do transplante foram muito complicados. Estava muito debilitado e lembra-se de querer fazer a operação o mais rápido possível. Um dia recebeu um telefonema que mudou a sua vida, "temos um fígado compatível para si. Vamos operar amanhã de manhã". Sentiu uma felicidade inesquecível, todo o peso que tinha em cima desapareceu. Mal recuperou da operação só pensava no concerto que queria dar no mês seguinte… E deu! Ao fim de 4 anos todas as análises indicam que existe uma ótima relação entre o Zé Pedro e o fígado…
Celeste Rodrigues, com 92 anos contou-nos a história de como salvou a vida da sua irmã. Desde os 18 anos que a Maria Odete sofria de uma inflamação no rim, uma nefrite. Chegou a uma fase em que estava muito debilitada, tinha que ser internada com regularidade e foi aí que o médico sugeriu um transplante… Aos 45 anos, Celeste, demonstrou toda a sua coragem e generosidade ao doar, sem hesitação, o rim que a sua irmã tanto necessitava. Confessa que tinha e tem muito receio de operações, mas nesta ocasião o amor pela sua irmã falou mais alto. Fala-nos ainda da alegria do que é salvar uma vida e de se lembrar de sair da operação de coração cheio. Apertou a mão da sua irmã e disseram as duas ao mesmo tempo: "Estamos cá!". Foi exatamente há 46 anos e agora aos 92, a Celeste diz que o rim nunca lhe fez falta. A irmã teve ainda uma vida saudável e feliz, com três filhos.
