
Namoro há três anos e sempre gostei do dia dos namorados. Quando estava sozinha, saía com as amigas (e divertíamo-nos muito) e quando comecei a namorar, achei que ia celebrar com o meu namorado. O que acontece é que ele não liga nenhuma e acha um disparate. No ano passado concedeu irmos jantar fora… mas este ano diz que não quer fazer nada, que é um dia como os outros… o que fazer? Não é importante celebrar estes dias?
Cara Carolina, as rituais e celebrações de cada casal são naturalmente escolhidas por cada casal, e é importante serem definidas em conjunto… mesmo que possa ser desafiante encontrar um consenso. Todavia, deixarei algumas notas sobre o dia dos namorados, que espero serem úteis para alguma reflexão.
Começo pela curiosidade da origem do Dia dos Namorados, ou Dia de São Valentim. Em muitos países, como em Portugal, o Dia dos Namorados é celebrado de acordo com a história de São Valentim , a 14 de Fevereiro (embora haja países, como é o caso do Brasil) onde o dia dos namorados é celebrado no dia 12 de Junho, véspera do Dia de Santo António (santo casamenteiro). São várias as explicações para o Dia de São Valentim, pese embora a mais consensual (lenda ou não) remonte à Grécia Antiga, séc. III, em que o Padre Valentim terá lutado pelo direito ao casamento, continuando a celebrar casamentos apesar do imperador Cláudio II ter proibido novos matrimónios, por acreditar que os solteiros, e sem laços familiares, seriam melhores combatentes. São Valentim terá sido preso e condenado à morte, tendo-se apaixonado pela filha de um carcereiro, que era invisual e por milagre deste santo, terá recuperado a visão. Durante a sua prisão e até à sua morte, em 14 de fevereiro de 269, terá recebido várias cartas de jovens enamorados, a apoiar São Valentim e reafirmar a importância do amor. Consta ainda que, antes da sua morte, terá escrito uma carta de amor à jovem por quem se enamorara, assinando "Seu namorado" ou "Seu Valentim". Mais tarde terá sido considerado mártir pela Igreja católica. Este dia passa a ser assinalado nos Estados Unidos da América desde o século XIX, sendo a celebração baseada na partilha de cartões ou cartas de amor, entre os enamorados. Desde então e até aos dias de hoje, a tradição tem vindo a ser alargada a muitos países, como é o caso de Portugal, e os cartões de amor substituídos ou acompanhados de programas românticos e prendas variadas.
De modo geral, as tradições e rituais que celebramos têm uma história ou lenda que origina a vivência que é integrada numa dada cultura. Sejam as tradições de Natal, Dia de Santo António ou de São Valentim, cada família, casal ou pessoa irá encontrar a forma como celebrar e se encontra ou não significado nessa celebração. Quando se trata de uma tradição muito forte num país, pode haver pressão social. Tal pode ser sentido através das conversas de todos os dias, entre amigos e familiares, mas também nos media e no comércio (quer no Natal, quer no Dia dos Namorados, os apelos ao consumo para prendas são muito intensos, por exemplo).
Há casais para quem este dia é assinalado como um ritual de celebração do seu amor, e outros casais que desvalorizam este dia. Note-se que hoje é um dia também celebrado por muitos solteiros, que se juntam em jeito de brincadeira (em jantares ou festas), partilhando sonhos ou celebrando o que de bom vivem fora de uma vivência conjugal. Mais do que certo ou errado, o importante é que o casal tenha os seus rituais, datas a assinalar o seu amor (como poderá ser a data em que começaram a namorar). Considera-se que os rituais acrescentam significado às famílias ou casais, e é também de acordo com esse significado que as relações se vão alimentando e definindo: seja o aniversário de namoro, o Natal ou mesmo do Dia dos Namorados.
Não havendo consenso, é importante que ambos possam conversar abertamente sobre expectativas e rituais que pretendem manter na sua relação, e aceitar aqueles que não são sentidos como tal. Se o namorado não pretende assinalar a data, pode a Carolina recuperar a tradição antiga e, quem sabe, escrever uma carta de amor.

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