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Irresistíveis homens casados

Comprometidos, casados, noivos e similares. É um erro? É. É inevitável? Não. Ou por outra, para algumas é. Ora leiam...

Irresistíveis homens casados
Irresistíveis homens casados
14 de maio de 2010 às 16:02 Máxima

A frase existe e é uma das mais sublinhadas no dicionário de M. “Não há nada mais atraente do que um homem com um bebé ao colo e uma aliança no dedo.” O cão é facultativo – por acaso M. até gosta mais de gatos.

Já perdi a conta aos sábados à noite e aos domingos à tarde em que fui a correr para casa dela, qual INEM em versão romântica, secar-lhe as lágrimas ou aplacar-lhe a fúria. Até já desisti de equilibrar a box do Meo, que treme como varas verdes, em cima da TV, cada vez que ela pisa o chão da sala como se estivesse a espezinhar o namorado. Pequeno pormenor: o namorado é quase sempre casado, e a excitação inicial provocada por tal estado civil acaba sempre em drama.

Nessas tardes de panquecas e gelados (desconfio que os corações partidos só se colam com grandes doses de açúcar), ela repete a pergunta como uma ladainha: “Mas porque é que eu só me apaixono pelos homens errados?” (Este errados significa comprometidos, casados, noivos e similares.)

A psicóloga diz-lhe que este estranho coleccionismo corresponde a uma insegurança crónica. Enquanto se entretém com romances condenados, esquiva-se ao maior dos seus temores: entregar-se a uma relação possível – e duradoura.

Eu tenho outra teoria: a partir dos 25 anos, é difícil encontrar um homem solteiro, pelo que só lhe resta tentar acabar com casamentos, entrar para um convento ou virar-se para o mesmo sexo.

A verdade é que os homens de M. são todos diferentes mas todos iguais – à laia dos slogans da Benetton.

V., um betinho de chinos e mocassins, foi avistado na inauguração de uma exposição de fotografia. Não tinha aliança no dedo e parecia demasiado jovem para carregar uma criancinha aos ombros, mas afinal casou no ano da Expo e tem três filhos – três!

Nunca lhe ocultou a sua condição marital mas encarnou na perfeição o papel de adúltero Calimero. Disse-lhe que a mulher se acomodara à vidinha de supermercado, que trocara as suas massagens nas costas pelos beijinhos lambuzados dos filhos e que se sentia tão só como uma cana ao vento.

Não preciso de nenhum teste de QI para saber que V. tem uma inteligência acima da média, mas, como diz o povo, pior cego é o que não quer ver, e como gostou da cantada e estava com falta de mimo, armou-se em Joana d’Arc e lá foi à guerra.

Três meses e 20 tampas depois – claro que ele nunca podia ir a jantares de sexta-feira nem festas de aniversário ao sábado, e muito menos comer gelados Santini ao domingo –, confessou-me cabisbaixa que tinha acabado com tudo. “Então, o que é que se passou?”, perguntei eu, mais por boa educação do que por surpresa.

Contou-me que a “tonta da mulher” de quem ele prometera divorciar-se até ao Verão estava grávida do quarto filho.

As esperanças da outra foram o desespero de M., que apesar de ainda ter recaída umas quantas vezes, acabou por mandar o fértil adúltero à fava.

Seguiu-se A.P., publicitário super cool, onda ténis Nike garridos e calças ligeiramente descaídas na cintura (mas sem se ver o elástico das boxers, que isso é muito infantil). A companhia ideal, que a levava a jantar a sítios da moda e com quem descobriu bandas alternativas com nome de detergente.

Tudo cor-de-rosa até ao dia em que a namorada emigrada em Londres resolveu aparecer de surpresa e ele saiu directamente da cama de M. para ir buscá-la ao aeroporto.

Sim, M. sabia que havia alguém, algures, mas tendo em conta a paixão com que o rapaz se lhe entregava noite sim, noite não, pensou que podia aniquilar a adversária em três tempos. Errado. Ainda passou pela humilhação de lhe ser apresentada num jantar para o qual os “seus” amigos o tinham convidado antes de saber que a oficial estava a caminho – e onde ele teve a lata de comparecer de braço dado com uma magrela de óculos de tartaruga.

Claro está que quando a legítima aparece, a minha amiga desaba e eu só conheço duas maneiras de lhe secar as lágrimas: levando-a a lanchar à Häagen-Dazs ou arrasando as outras. Sei que, na maioria das vezes, nunca lhes pus a vista em cima. Mas pouco importa. Para mim são todas feias, gordas, desmazeladas, pirosas ou desinteressantes.

M. gosta de ouvir este meu desfiar de barbaridades, com o qual vai concordando com a cabeça, mas sei que lá no fundo da sua consciência, a pergunta é outra: se elas ainda por cima são feias, gordas e maçadoras, porque é que lhe ganham sempre?

 

O PERIGO ESTÁ NO ANEL

A aliança pode ser um isco irresistível. É esta a conclusão de um estudo recente da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, feito com 184 pessoas, sobre atracção sexual. Metade dos participantes era solteira, a outra metade comprometida. A cada uma foi dada uma mesma imagem, e a ficha do parceiro, que supostamente preenchia todos os requisitos.

A primeira metade do grupo foi informada de que o candidato era solteiro e a outra metade de que ele era comprometido. Resultado: sempre que o indivíduo estava livre, havia 59 por cento de interessadas em conhecê-lo; mas quando era comprometido, a vontade de estabelecer contacto subia para 90 por cento.

O mesmo ‘jogo’ foi feito com um grupo de homens mas, neste caso, a manifestação de interesse sexual não sofreu grandes oscilações, independentemente do estado civil da mulher.

Curiosamente, as participantes comprometidas que integraram o estudo manifestaram sempre menos entusiasmo do que as solteiras perante os hipotéticos candidatos a namorados…

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