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'Aladdin' concretiza uma boa (e feminista) adaptação em live-action do clássico da Disney

A longa-metragem com Will Smith e realizada por Guy Ritchie estreia esta quinta, 23 de maio, nos cinemas.

23 de maio de 2019 às 19:00 Aline Fernandez

Finalmente a nova versão de Aladdin, clássica animação da Disney de 1992 – e vencedora de dois Óscares – chega às salas de cinema. O novo filme porém é um live-action, ou seja, utiliza atores reais, e vale a pena ressalvar, acrescenta o tom feminista e da agenda politicamente correta da nova geração.

Para abraçar o empowerment feminino que tem influenciado Hollywood, a princesa Jasmine, protagonizada pela inglesa Naomi Scott, não quer casar-se com um príncipe nem ser "feliz para sempre", mas antes suceder ao pai sultão e governar. Na construção desta personagem, entra uma das duas músicas inéditas do filme, Speechless – a banda-sonora original do premiado Alan Menken dá-nos motivos extra para sorrir e cantar (e relembrar) as canções, como Arabian Nights e A Whole New World. Já as duas músicas novas foram escritas pelo duo Benj Pasek e Justin Paul, os mesmos por trás do filme musical La La Land. Naomi não decepciona e mostra todo o seu poder vocal num momento solo.

A cidade fictícia de Agrabah no filme original é um lugar duro, onde há barbárie e cabeças cortadas. Dizia-se ser uma mistura de Arábia Saudita, Iraque e Índia. Facto é que para a nova versão, o realizador Guy Ritchie, aclamado por filmes como Snatch - Porcos e Diamantes e pelas novas versões de Sherlock Holmes, apostou nas cores e formas indianas para a sua nova Agrabah. Confirmamos esta influência na fotografia, nas cenas musicais e, principalmente, nas coreografadas, nas quais quase pensamos estar a assistir a um filme de Bollywood.

A cidade tornou-se um ponto de encontro animado entre culturas e etnias. Ainda há furtos? Claro que sim, e é nesse cenário que encontramos Aladdin, interpretado por Mena Massoud, na triste realidade de roubar para comer. O protagonista, que por acaso nasceu no Egito (coincidentemente no mesmo ano do filme original) foi criado no Canadá e impressiona com o seu esforço físico e cenas de saltos e fuga aos guardas, sem esquecer as elaboradas danças.

Apesar de ladrão, Aladdin ainda é "diamante bruto", uma pessoa com bom caráter e o único capaz de entrar na gruta onde a lâmpada mágica está. Como todos já sabemos – caso contrário, tem mais um motivo para ir ao cinema – o jovem fica com a lâmpada, tenta conquistar Jasmine e corre grande perigo. Mesmo com personagens reais, o filme, como é óbvio, tem efeitos especiais impressionantes, com destaque para os animais: os amados macaco Abu e o tigre Rajá e o intriguista papagaio Iago. Acreditamos que este é um excelente sinal do que acontecerá com O Rei Leão, previsto para o verão deste ano.

O Génio, protagonizado por Will Smith, mantém o humor durante todo o enredo e possui toques de personalidade inconfundíveis do ator, a começar por um trecho com versão hip-hop da canção Friend Like Me, interpretada no filme original por Robin Williams. "O que Robin fez foi pegar na sua persona do stand-up [comedy] e usar essa persona. E eu pensei: Ah, posso de certa forma pegar na minha persona de O Príncipe de Bel-Air. Porque o Génio já foi para o futuro e para o passado, então pode puxar referências de qualquer lugar. E o hip-hop foi onde vi que poderia colocar a minha própria assinatura, enquanto mantenho o valor nostálgico", contou Will Smith a Ellen DeGeneres no programa com o seu nome.

Se quer viver as noites da Arábia, e os dias também, só precisa de um pouco mais de duas horas na sala de cinema – e mesmo sem uma lâmpada mágica, pode reviver as alegrias de criança com a nova produção da Disney, que nunca deixa a fantasia, cor e magia cair.

PS: Fique para assistir aos créditos, filmados no que parece ser um plano sem cortes repleto de danças e coreografias animadas. Um espetáculo à parte.

Campanha #UmAmigoAssim

A Disney uniu-se a Will Smith, ambos embaixadores da fundação Make-A-Wish, organização sem fins lucrativos, para ajudar crianças com doenças graves. Para participar, basta marcar um amigo no Twitter e/ou no Instagram, com a hashtag #umamigoassim a responder: Se fosse o Génio no Aladdin e tivesse a possibilidade de conceder três desejos, com quem é que os partilharia?  Em todas as partilhas públicas até esta sexta-feira, 24 de maio, a Disney Worldwide Services doará entre 1 e 5 milhões de dólares à Make-A-Wish para ajudar a concretizar desejos em todo o mundo.